29 julho 2013

PMN rejeita fusão com o PPS

O PMN (Partido da Mobilização Nacional) bateu o martelo neste domingo e decidiu, em convenção extraordinária realizada em São Paulo, desistir da fusão com o PPS (Partido Popular Socialista) para criar o MD (Mobilização Democrática). A presidente em exercício do PMN, Telma Ribeiro, afirmou que a legenda não quer ficar refém à espera de que políticos com mandato ou não decidam se vão para o natimorto MD, entre eles o ex-governador de São Paulo, José Serra. O tucano negociava com o presidente do PPS, Roberto Freire, uma possível filiação ao MD para se candidatar à Presidência da República pelo MD em 2014, caso a legenda fosse criada.
 
Telma disse que o “timing” do PMN e do PPS estão diferentes e que desavenças para decidir sobre cargos nos diretórios regionais da nova legenda também influenciaram na decisão. Segundo ela, caso o MD fosse criado, ele não poderia ficar refém de coisa alguma, inclusive de uma possível ida de Serra. — Partido não é restaurante que você monta e espera os fregueses. Você constrói o partido com os objetivos que justificam as pessoas irem para aquele partido. Não porque A ou B podem ir — disse.
 
A incerteza de Serra sobre uma possível filiação no MD também pesou. Para Telma, Serra teria que estar convicto da importância da legenda. — Não gosto de alguém dizendo “eu vou ver se vou ou não vou”. É sinal de que a pessoa não está nos vendo como parceiros. Quem quer vir, vem. Não fala, no último minuto: “espera aí que eu vou ver, se não tiver nenhum lugar melhor para eu ir ou se o lugar onde estou não ficar melhor, aí eu vou”. Partido não deve ser como mercadoria que você pode escolher entre várias possibilidades, pois isso demonstra que não há ideologia — afirmou Telma.
 
A presidente do PMN disse que não se preocupava com a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir que a fusão dos dois partidos não configuraria a criação de uma nova legenda. A assessoria técnica da presidência da Corte teria redigido um parecer com esse entendimento, o que faria com que o MD não tivesse direito ao Fundo Partidário e ao tempo de televisão dos deputados que se filiassem à legenda. — Para quem trabalha, televisão é apenas um complemento. Não é uma necessidade — afirmou em convenção do PMN em São Paulo.
 
O PMN, segundo Telma, não viu sentido em esperar que o TSE se pronunciasse sobre a consulta feita pelo PPS. — Eu vou esperar que ele (TSE) diga isso e depois vou esperar se o outro vai dizer que vem? Que é isso? Partido não é isso. Não posso imaginar que todo esse trabalho que tivemos seja apenas para criar uma zona confortável para alguém. O partido deve levar uma proposta para a nação — disse.
 
Segundo Telma Ribeiro, nas conversas para a fusão, PPS e PMN teriam combinado que em metade dos estados do país, o PMN presidiria o diretório estadual do MD e na outra metade seria o PPS. O problema é que, de acordo com Telma, o PPS não estava aceitando que alguns dirigentes do PMN presidissem diretórios regionais do MD. Isso estaria acontecendo em estados como o Rio de Janeiro, Paraíba e Minas Gerais. Além disso, integrantes da juventude das duas legendas eram contrárias à fusão. A presidente do PMN lamentou que a fusão não seja possível. — Fico triste que não dê para caminharmos. Mas se não pensarmos do mesmo jeito não adianta, é tolice. ( O Globo)

Nenhum comentário:

Postagem em destaque

PF deve apurar transferências de títulos de Índios Guajajara no interior do MA

Os Guajajara são um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil. Habitam mais de 10 Terras Indígenas na margem oriental da Amazônia, todas ...