11 junho 2014

PSDB maranhense continua mostrando maturidade...

Blog do Linhares_
No ano passado as críticas em relação ao PSDB eram frequentes. A iniciativa de deixar para 2014 a decisão sobre que lado tomar na disputa estadual foi criticada e avacalhada. Tempos depois, acabou coroada como sendo a decisão mais acertada. Se tivesse embarcado na campanha de Luís Fernando, o partido hoje estaria refém do apoio a um candidato que acabaria sendo herdado por outro. Hoje o partido decidiu, mais uma vez, não ceder a pressões externas e deixar para a sua convenção a decisão final para a campanha: lançará candidato ao Senado ou não?
Ocorre que hoje o PSDB analisa e conversa muito em relação ao pleito do ex-governador João Castelo em colocar-se como candidato do partido ao Senado. Não é novidade que João Castelo pretendia disputar uma vaga na Câmara Federal. No entanto, pesquisas de opinião nos últimos meses mostram uma parcela significativa do povo do Maranhão quer o tucano como senador. Castelo, levado pelo clamor popular e por uma liderança inquestionável nas pesquisas, mudou de ideia e decidiu mudar a candidatura. E só tomou a decisão depois que sua liderança era de conhecimento público.
Mas, quis o destino que o PSDB já tivesse acordado com a oposição um outro lugar de destaque na chapa, o de vice. O deputado Carlos Brandão, responsável pela costura da aliança que colou os tucanos na chapa oposicionista, já havia sido, justamente, indicado ao cargo de vice-governador. O acordo com o PDT foi então relocado. E o acordo com o PSB, que indicaria o vice-prefeito de São Luís para o cargo de candidato ao senado, começava a ser ameaçado. Cabe lembrar que o PSDB não estava presente em nenhuma das mesas de negociações que lotearam as candidaturas de senador e de vice-governador para PSB e PDT.
Apesar disso, o PSDB discute o que fazer. Castelo possui o apoio de parte do partido, outro segmento prefere desacelerar e ficar apenas com a vaga de vice. Roberto Rocha, por sua vez, bate o pé e afirma que se João Castelo for candidato ele e o PSB abandonam a chapa.
Ironia do destino, Roberto Rocha era presidente do PSDB quando João Castelo foi eleito prefeito de São Luís. Além de abandonar o partido e deixar pra trás um rombo nas contas da legenda, anos depois Roberto Rocha integrou o grupo que tirou João Castelo da prefeitura e colocou Edivaldo Holanda Jr em seu lugar para arruinar a cidade e atrapalhar a campanha da oposição na capital.
Como, me digam como, João Castelo pode aceitar que mesmo estando na frente das pesquisas, seu partido apoie o mesmo Roberto Rocha que já foi tão danoso ao PSDB e a ele?
Já Carlos Brandão fez grandes esforços para colocar o partido onde ele está. Uma candidatura de João Castelo pode acabar resultando na destruição de tudo isso. Alguns oposicionistas ameaçam o PSDB e colocam Brandão na parede. A perda do cargo na chapa teria efeitos catastróficos para o deputado tucano.
Apesar de tudo isso, o que se viu nesta semana foi um partido determinado a conversar. Como não chegaram a um acordo, decidiram esperar até a convenção.
O PSDB maranhense hoje vive um momento de discordância, isso é fato. Contudo, a sobriedade com que seus líderes tratam a discussão mostra que, se for mantido o respeito entre seus membros, qualquer que seja a decisão será aceita pela outra parte. Muito diferente dos chiliques e ataques de outros membros da oposição que agem como crianças mimadas.
Na mesma semana que o PSDB decide sobre seu futuro no estado, Aécio Neves cresce e mostra que pode ser o novo presidente do país. Com a absoluta certeza os tucanos do Maranhão deve tomar suas decisões levando em conta vitórias e derrotas no estado e no Brasil. Cada um aposte do jeito que achar melhor. O que o partido não pode é terminar as eleições desunido por conta de um “menino do buchão” como Roberto Rocha e se tornar dispensável em janeiro de 2015.
A espera do PSDB no passado e o desprezo pelas pressões externas se mostrou a decisão mais acertada, provavelmente a história irá se repetir mais uma vez.

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