Decisão pôs em liberdade o soldado Apinagé, autor dos disparos que executou com vários tiros o jornalista e produtor Carvalho e mais duas pessoas no dia 29 de Novembro de 2014.
O Sindicato dos jornalistas (SINDIJORI) condenou, em nota, de forma veemente e repudiante, os argumentos utilizados, e que motivaram a decisão da juíza Ana Lucrécia, que colocou em liberdade o executor do produtor e jornalista Carvalho, e qualificou como "...absurda, dissonante com o sentimento de justiça...". Para o presidente do sindicato dos jornalistas, o réu, baseado em tudo que foi apurado no inquérito policial, "...é sim uma ameaça a testemunhas, parentes da vítima e até mesmo aos que manejam o processo", complementou.
Veja aqui, matéria relacionada a decisão da juíza Ana Lucrécia: QUE PRESENTE! NO DIA DO JORNALISTA JUÍZA DE IMPERATRIZ MANDA SOLTAR PERIGOSO ASSASSINO DE CINEGRAFISTA
Veja abaixo a íntegra da nota encaminhada aos meios de comunicação, no final da tarde de hoje.
NOTA
O Sindicato dos Jornalistas e Radialistas de Imperatriz, Sindijori, mesmo respeitando a decisão judicial prolatada pela juíza Ana Lucrécia, que restou na libertação do PM apontado no inquérito como sendo o matador do cinegrafista Carvalho, executado por insurgir-se contra a violência que vitimara seu irmão, praticada exatamente por aquele que, no futuro, seria seu letal algoz, contesta, publicamente, o aludido ato judicial, indiscutivelmente absurdo, dissonante com o sentimento de justiça que deve nutrir todos os operadores do Direito, inclusive os magistrados.
Só por amor ao debate, insta
dizer, com todas as vênias, que o argumento lançado pela juíza do feito segundo
o qual não estavam presentes os requisitos autorizativos a mantença da prisão
cautelar do PM acusado de matar o cinegrafista Carvalho mostra-se temerário, processualmente
falando, e consiste num absurdo, com raros precedentes, posto que o réu, por
tudo que foi apurado no inquérito policial, é sim uma ameaça não apenas a
instrução processual penal, mas, sobretudo, a aplicação da própria Lei
Repressora, vez que, pelas circunstâncias, o acusado representa iminente perigo
a vida das testemunhas, aos parentes da vítima e, quem sabe, até mesmo aos que
manejam o processo.
Relembrando o triste episódio,
sabe-se, sem detença, e tal informação encontra-se inserta nos autos, que o
cinegrafista Carvalho só foi indefensavelmente abatido porque ousou denunciar o
referido policial militar, que, impune e armado, eliminou o nosso colega de
imprensa, amigo e profissional.
Ao largo do discurso meramente político, o Sindicato dos Jornalistas e Radialistas de Imperatriz, externa veemente protesto, fazendo-o não apenas na defesa de um de seus membros, mas, sobretudo, na defesa de uma Justiça que não se rende a simplória míope aplicação da norma como medida de Justiça, "fenômeno" que, indubitavelmente, quando ocorre, atinge a moral coletiva, agravando a descrença ao já combalido Poder Judiciário, diante de decisões tão decepcionantes e infundadas como a que ora nos debatemos.
Imperatriz - MA, 08 de abril de 2015.
JOSUE SILVA AQUINO
PRESIDENTE DO SINDIJORI
Nenhum comentário:
Postar um comentário