01 novembro 2016

Onda azul, evangélicos e derrota da esquerda: as tendências políticas reveladas pelas eleições municipais


O resultado do segundo turno das eleições municipais reforçou a tendência de crescimento do PSDB, derrocada da esquerda, em especial do PT, e trouxe um elemento novo ─ a vitória de uma liderança evangélica em uma das cidades mais importantes do país.

O bispo licenciado da Igreja Universal Marcelo Crivella (PRB) obteve 59,36% dos votos válidos no Rio de Janeiro, derrotando Marcelo Freixo (PSOL).

No Sul, o PSDB elegeu pela primeira vez um prefeito em Porto Alegre: Nelson Marchezan Júnior recebeu 60,5% dos votos, batendo Sebastião Melo (PMDB).

Os tucanos ganharam também em importantes cidades do ABC paulista (região metropolitana de São Paulo), tradicional reduto petista e berço político do ex-presidente Lula.

Apesar disso, perderam em Belo Horizonte, a base do presidente da legenda, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Entenda melhor abaixo os destaques da eleição municipal e seus possíveis desdobramentos políticos.

Evangélicos

Para a cientista política Christiane Laidler, professora de História Contemporânea da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), a eleição carioca trouxe duas novidades em termos de forças políticas.

De um lado, mostrou o fortalecimento do PSOL, uma sigla de esquerda ainda pequena, mas que vem crescendo no Estado desde a eleição de 2014.

De outro, acabou coroando uma importante liderança evangélica, na primeira grande vitória no Poder Executivo de um grupo político que já vem ganhando espaço relevante no Congresso e em assembleias legislativas.

Devido ao grande número de parlamentares, o PRB teve cargos no governo do PT ─ o próprio Crivella foi ministro da Pesca ─ e agora o presidente da sigla, Marcos Pereira, ocupa o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

É a primeira vez, porém, que o PRB ganha uma capital, e logo a segunda maior do país, destaca Laidler.

"Essa direita religiosa não é mais um fenômeno marginal, acho que já é um fenômeno central (na política brasileira)", destaca.

"É uma direita com um projeto diferente, ligada à uma igreja pentecostal, bastante conservadora, sobretudo do ponto de vista da agenda moral", acrescenta.

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