07 março 2018

Com discurso recauchutado, Zé Reinaldo diz 'agora ter a solução para o Maranhão'...


Os discursos de Zé Reinaldo são dissolvidos pelos dados, contados pelo seu criador, José Sarney... E agora, Zé?

Ex-governador, deputado Federal e um dos políticos que mais indicou cotas pessoais para cargos, e muitos até hoje estão no governo do Estado, Zé Reinaldo agora diz ter a solução para o Maranhão. 

Em artigo reproduzido por jornalistas da capital, Zé Reinaldo de repente redescobriu a roda e sugere a apresentação, pelo que ele chama de "forças políticas que se opõem ao governador Flávio Dino (PCdoB)", de um plano de governo voltado para a melhoria da renda dos trabalhadores maranhenses, inexplicavelmente, como se ele mesmo não tivesse feito parte do governo até outro dia, porém, ainda esquece que governou o Maranhão, foi um dos homens fortes do sarneysmo, e somente agora defende um projeto para o Estado.  

O ex-governador comandou a MOB (agencia de mobilidade) com seu primo Artur Cabral, a casa civil com o sobrinho Marcelo Tavares e o também parente, vice-governador Carlos Brandão, entre tantos nomes e outros em patentes inferiores, Zé Reinaldo nunca apresentou revelou durante um mandato de vice-governador e dois como governador, um projeto para o Maranhão que não fosse a sua manutenção do poder. 

Mas o pior do discurso são os números revelados pelo ex-presidente José Sarney em artigo publicado em 2006, ao comparar o ex-aliado ao governo de Roseana : "Deixou o Maranhão mais pobre ainda. Falou tanto em IDH. Roseana deixou o IDH-renda em 0,576 e Zé Reinaldo deixa em 0,570. Renda per capita: Roseana 192,96; José Reinaldo, 184,23. Eis o desmentido de que ele ia combater a pobreza. Esta, na verdade, aumentou. Veja o povo como foi enganado", revela o patriarca.

Releia o artigo completo:

O fim do fim
José Sarney

Amanhã temos uma data grandiosa para o Maranhão: deixa a cadeira de governador que desonrou e vai para a sua insignificância o judas José Reinaldo.

Nunca, na história do Maranhão, viu-se um governante de tamanha miséria moral. A começar pelo exemplo familiar. Não se trata de entrar na privacidade de ninguém. Mas o certo é que quem governa tem de oferecer o exemplo e honrar os valores da decência pública.
O Palácio dos Leões, que deve ser a vitrina da correção familiar, foi transformado em boate, objeto de murmúrios que um governador do Estado, com o menor senso do decoro, não podia permitir.
O Sr. José Reinaldo deu exemplo de mau filho, mau esposo, mau pai, mau parente e degradou-se na submissão conjugal, sem o mínimo respeito pela nobreza da função governamental, de onde deve sair o exemplo.
Entretanto, mergulhado no ódio e na insensatez, perdeu a sensibilidade de todos os valores humanos.
Fez questão de enlamear-se na traição. Se tivesse ficado só aí, o que já seria execrável, igualar-se-ia apenas a tantos que a história registra. Porém, foi mais longe: apodrecido pelo complexo de Macbeth, quis transformar a traição em virtude, a indignidade em ideal, o despudor em decência. Ei-lo a justificar-se insultando-me. Insincero e vil, saiu a condenar os quarenta anos de política por mim exercidos no Maranhão, período em que ninguém mais do que ele se aproveitou. Foi, na verdade, o maior beneficiário desse período. Há cinco anos estou fora do poder, mas ele continuou lá e agora vai tentar beneficiar-se de Jackson Lago.
Em 1967 levei-o para o DER, em 1970, o fiz secretário de Planejamento. Briguei com o professor Pedro Neiva porque queria fazê-lo governador em 1974. Obtive sua nomeação como diretor do DNOS, então uma das maiores autarquias do Brasil. Com Geisel, o fiz presidente da Novacap e secretário de Obras do Distrito Federal. Presidente da República, nomeei-o superintendente da Sudene e depois ministro dos Transportes, onde me fez pagar durante anos a concorrência da Norte-Sul. Isso porque muitos, inclusive o general Ivan de Sousa Mendes, do SNI, quiseram que eu o demitisse. Não aceitei o conselho por carinho, lealdade e afeto e para não vê-lo liquidado com a pecha de corrupto. Em 1990, o elegi deputado federal, em 1994, vice-governador. Repeti a dose em 1998, embora todos me advertissem de que ele não era mais o mesmo, depois de um casamento que todos sabem o bufônico fim que tomou. Lutei para fazê-lo candidato a governador, cargo que ocupou duas vezes.
Foram estes 40 anos de sinecuras por ele usufruídas pelas minhas mãos generosas, que ele resolveu amaldiçoar. Nunca passou um dia na vida fora de um cargo que não tivesse sido dado por mim. Assim, o maior beneficiário desses 40 anos foi ele. A minha indignação e revolta são confortadas pelo fato de que todos sabem que sua briga comigo foi provocada por motivos subalternos. Petite histoire de um capricho de mulher que nada teve de patriótico ou qualquer sentimento de defesa do Maranhão.
Ele teve a desfaçatez de falar em liberdade. A única liberdade que chegou ao Maranhão foi sua saída. Saiu o governador mais corrupto de nossa história, como bem sublinhou a revista “O Poder”. Não fez nenhuma obra. Não teve uma idéia. Estabeleceu o caos na máquina administrativa. Criou, para fazer politicagem, 53 secretarias de Estado! Fez, entre 1º de janeiro e 31 junho de 2006, 1.817 (um mil, oitocentos e dezessete) convênios e contratos, no valor de R$ 665.364.591,15 (Seiscentos e sessenta e cinco milhões, trezentos e sessenta e quatro mil, quinhentos e noventa e um reais e quinze centavos) com Prefeituras e Ongs fantasmas para gastar e corromper as eleições. Foi a depravação administrativa.
Deixa os cofres públicos vazios e sai de bolso cheio. Como dizia o padre Vieira sobre os vice-governadores das Índias – “Chegavam pobres nas Índias ricas e saíam ricos das Índias pobres”.
A um prefeito que se recusava a votar em Jackson sob a alegação de que seus inimigos no município eram do PDT, ele disse: “Vote e deixe por minha conta. Jackson não tem condições de governar o Maranhão. Sou eu que vou mandar no Estado e Vidigal na área federal”. Eu tenho a gravação da conversa.
Jackson tem uma história política e familiar respeitável, ao contrário de José Reinaldo, que quando jovem era já conhecido como Zé do Éden, e agora como Zé Noel. Este não tem história nenhuma. Mandar em Jackson seria a tragédia do estado.
Deixou o Maranhão mais pobre ainda. Falou tanto em IDH. Roseana deixou o IDH-renda em 0,576 e Zé Reinaldo deixa em 0,570. Renda per capita: Roseana 192,96; José Reinaldo, 184,23. Eis o desmentido de que ele ia combater a pobreza. Esta, na verdade, aumentou. Veja o povo como foi enganado.
Vou ajudar o Maranhão, como sempre. Já comecei, concluindo o projeto de gás que há mais de quatro anos tentamos viabilizar e que o presidente Lula aprovou.
Agora, sim, o Maranhão está, de fato, livre. José Reinaldo confundiu licenciosidade com liberdade. O Maranhão está livre de José Reinaldo. Amanhã, o Estado terá um governador que esperamos saberá dignificar suas funções, com uma esposa digna, honesta, respeitável, como sempre foram as famílias do Maranhão.
Daqui a cem anos este artigo será lido e meu nome estará onde sempre esteve na história do Maranhão, enquanto esse malandro entrará como Lázaro de Melo: réprobo, renegado, exemplo de traição e crapulice.
Escrevo este artigo com dever de político, criticando, censurando, procurando sanear o que de pior existe na política: a ignomínia, a corrupção, a indignidade, a malversação e o aproveitamento da coisa pública.
Afinal, se me dessem a oportunidade de uma sugestão eu diria: lavem com sal grosso o Palácio dos Leões para limpar a sujeira.
Vade retro.
*Transcrito do jornal O Estado do Maranhão, edição de 31/1/2006




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