28 janeiro 2019

Deputado federal eleito, Pastor Gildenemyr rebate a impressão de que é eleitoral e politicamente fraco

Pastor Gildenemyr: apoia Jair Bolsonaro e diz que não fará Oposição a Flávio Dino

Por Ribamar Correia

Em 2017, o Conselho de Pastores da Assembleia de Deus, como de praxe, realizou um pleito interno para a escolha de nomes da congregação religiosa para disputar as eleições gerais de 2018. O Pastor Gildemenyr, que há mais de 15 anos desenvolve trabalho social na congregação, foi o mais votado para disputar vaga na Câmara Federal. Com o objetivo a ser alcançado, Gildenemyr buscou a melhor legenda para viabilizar sua candidatura. Entre os diversos convites que recebeu de partidos, o Pastor Gildenemyr escolheu o PMN.

A nota ressalta que, “com trabalho social sólido”, Pastor Gildenemyr conseguiu eleger-se deputado federal. Assinala que com tal votação, ele seria eleito em outras legendas, inclusive o PSL, que lhe oferecera vaga para ser candidato, o que descarta a ideia de que Pastor Gildenemyr só foi eleito devido à votação do deputado Eduardo Braide (PMN). A nota assinala que explicações acima demonstram “a força social e política do Pastor Gildenemyr”.

Na nota, a Assessoria do Pastor Gildenemyr infirma que após saber o PMN perdeu acesso a direitos partidários devido as cláusulas de desempenho, passou a buscar novo caminho partidário. E como apoiou Jair Bolsonaro desde ele ser candidato a presidente, o mais lógico foi buscar espaço no partido do presidente, o PSL.

A nota afirma que fato de ser aliados do presidente Jair Bolsonaro não reduz a responsabilidade de o do futuro deputado federal para com o Maranhão. Segundo ele, apesar de o estado estar sob o comando de um Governo adversário político do presidente da República, “não há a possibilidade de Pastor Gildenemyr ser Oposição ao governador Flávio Dino no que diz respeito aos benefícios para o estado”. A ideia é trabalhar como um mediador entre o estado e a União para buscar cada dia mais recursos e obras para o Maranhão.

“Sou um representante do povo do Maranhão e quero honrar cada voto que recebi com a confiança de que farei o melhor para toda a população”, disse Gildenemyr.

A nota termina com a lembrança de que a deputada federal e senadora eleita Eliziane Gama (PPS) e o ex-deputado federal Costa Ferreira, dois políticos com trajetórias bem-sucedidas, sempre tiveram o aval do Conselho de Pastores da Assembleia de Deus, que para o Pastor Gildenemyr, é um processo de escolha democrático.

Em Tempo: Mesmo entendendo que a tentativa de organizações religiosas escalarem candidatos para levar seus conceitos e ideias para o parlamento, como que tentando fragilizar e até romper o laicismo pétreo do Estado brasileiro, a Coluna em nenhum momento questionou a legitimidade do mandato do Pastor Gildenemyr. Observou, com argumentos incontestáveis, a inexpressividade eleitoral e política de um deputado eleito com a menor votação (47 mil votos), num contexto em que os outros 17 se elegeram com mais de 60 mil. O tal “trabalho social” do Pastor Gildenemyr religioso não pode ser considerado pressuposto para seu ingresso na vida política, que precisa, sim, de cidadãos com ideias de organização social, direitos individuais, sociais e humanos, economia, infraestrutura, saúde, educação, cultura, enfim, tudo o que disser respeito ao cidadão, sem as amarras limitadoras de organizações, principalmente as religiosas. Ser aliado do presidente Jair Bolsonaro poderá ajudar o Pastor Gildenemyr a existir no cenário política, enquanto ser ou não ser Oposição ao governador Flávio Dino fará pouca diferença. Quanto à lembrança de Eliziane Gama e Costa Ferreira como exemplos de escolhidos pelo Conselho de Pastores da AD, os dois mostraram – principalmente ela – visões políticas sem se valer dessa coisa vaga que chamam de “trabalho social”. Em resumo: A eleição do Pastor Gildenemyr não esconde a sua fragilidade eleitoral e política, condição que poderá ser revertida, ou não – conforme o seu desempenho parlamentar.

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