02 setembro 2025

Grupo ligado ao Pr. Raul assume CIADSETA no Maranhão

Romeu Batista, de Imperatriz, é filho do Pr. Raul Cavalcante, é o novo presidente da Convenção CIADSETA no Maranhão.

O Pastor Romeu Batista, é ex-presidente da Assembleia de Deus Campo 6 (AD C6) em Imperatriz, e foi destituído da presidência após uma tentativa de desvincular o campo da Convenção COMADESMA. Sua saída inaugurou uma ruptura sem precedentes que ainda resulta em ações jurídicas travadas entre a COMADESMA e líderes religiosos ligados ao Pr. Raul.

Romeu presidira o Ministério Herdeiros de Sião e foi empossado como presidente da Convenção Eclesiástica das Assembleias de Deus no Sul do Maranhão (CEADSULMA), no entanto uma nova composição na SETA “choca” diretamente os interesses da antiga convenção, já que a posse de patrimônio oficialmente seria da antiga convenção (SETA) antes da divisão acordada, mas que acabou saindo do controle no início deste ano.

25 agosto 2025

Mudanças na CLT impactarão contratos híbridos, licença-maternidade e paternidade


A partir de julho de 2025, a legislação trabalhista passará a contar com uma fiscalização mais rigorosa em relação ao teletrabalho (modelos híbridos e remotos) e às regras da licença-maternidade e paternidade, especialmente em situações específicas. Essas mudanças impactarão, diretamente, a estrutura dos contratos, os direitos dos colaboradores e as responsabilidades das empresas. Por isso, o que ressalta a importância de as empresas revisarem seus processos internos e documentos contratuais, garantindo conformidade com a legislação e fortalecendo a segurança jurídica das relações de trabalho.

As atualizações têm como base a Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista); a Lei nº 14.442/2022, que regulamentou aspectos do trabalho remoto; e a Lei nº 15.156/2025, que ampliou o direito à licença-maternidade e paternidade. No que condiz o teletrabalho e o regime híbrido, cuja regulamentação foi reforçada pela Lei nº 14.442/2022, é determinado que esses contratos devem conter informações específicas e bem definidas.

Entre os principais pontos a serem formalizados, estão os dias presenciais no regime híbrido, forma de controle de jornada, quando aplicável, principalmente, se houver previsão de horas extras e responsabilidade pelos custos, como internet, energia elétrica e equipamentos, além dos critérios e procedimentos para eventual reembolso.

Embora esses aspectos já estejam previstos na legislação, a partir de julho de 2025, a fiscalização sobre esses temas será intensificada. Por isso, manter esses detalhes formalizados em contrato é fundamental para evitar dúvidas e garantir uma relação de trabalho mais transparente e segura. Vale destacar que, em contratos por tarefa ou produção, o controle de jornada não é obrigatório. No entanto, caso haja definição de carga horária, a empresa deve disponibilizar um sistema compatível com o ambiente remoto, mesmo quando o colaborador estiver fora das dependências da empresa.

Já a Lei nº 15.156/2025 ampliou o direito à licença-maternidade para 60 dias, e à licença paternidade para 20 dias em casos de nascimento ou adoção de criança com deficiência permanente decorrente de síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika. O objetivo da medida é oferecer um suporte adicional às famílias que passam por essa situação, que exige cuidados especiais e contínuos.

É importante destacar que, por enquanto, essa ampliação se aplica exclusivamente a casos relacionados ao Zika vírus, não abrangendo outras deficiências ou condições de saúde. Para ter acesso à prorrogação, o trabalhador deverá apresentar documentação médica que comprove o diagnóstico da criança, conforme orientações da regulamentação vigente. É fundamental que as empresas estejam atentas a essa mudança e preparadas para orientar corretamente seus colaboradores sobre os critérios e procedimentos.

Para se adequar às novas exigências, é recomendável que as empresas atualizem seus modelos de contrato, incluindo cláusulas específicas sobre o regime híbrido e o teletrabalho. Também é importante estruturar políticas claras de reembolso de despesas relacionadas ao trabalho remoto, avaliar a necessidade de controle de jornada nos contratos com horário definido, garantindo a adoção de sistemas compatíveis com o ambiente remoto, e estar preparadas para tratar casos excepcionais de licença-maternidade e paternidade, conforme prevê a legislação.

As atualizações que entram em vigor em julho de 2025 representam um avanço na modernização das relações de trabalho no Brasil, promovendo mais clareza e segurança jurídica para empregadores e colaboradores. Dessa forma, empresas que se anteciparem nesta atualização estarão mais preparadas para cumprir as novas normas, fortalecendo um ambiente de trabalho justo, transparente e alinhado às melhores práticas.

Por Caroline Barbizan e Gisele Matias

Caroline Barbizan é coordenadora de Departamento Pessoal na PKF BSP.Gisele Matias é Analista de Departamento Pessoal na PKF BSP.  Sobre a PKF BSP:   www.pkfbrazil.com.br

Prefeitura de Axixá do Tocantins-TO abre concurso para Agente de Trânsito


São 12 vagas abertas na função de nível médio que tem salário de R$ 1.518,00. As inscrições para participar vão até o dia 03 de outubro.

A Prefeitura de Axixá do Tocantins, no estado do Tocantins, está realizando um novo concurso para preencher 12 vagas na função de Agente Municipal de Trânsito. As inscrições começaram no dia 20 de agosto para tentar a carreira.
20/08/2025
03/10/2025
09/11/2025
R$ 1.518,00
12
10/11/2025
Anexos

Desse total, duas serão reservadas para os candidatos negros e uma para os candidatos portadores de deficiência, além de seis vagas para formação de um cadastro de reserva.

O cargo exige certificado de conclusão de curso de nível médio, carteira nacional de habilitação (CNH), na categoria mínima A e B, entre outros requisitos. O salário-base será de R$ 1.518,00, por regime de trabalho de 40 horas na semana.

Visionário, Zé Pequeno quer preparar população para "absorver" vagas que surgirão no mercado de trabalho em Davinópolis. Inscrições iniciam hoje, 25.

 


O prefeito de Davinopolis, Zé Pequeno, mais uma vez surpreende com sua visão empreendedora aguçada e visionária, e antecipando a instalação de grandes empresas que aquecerão o mercado de trabalho local, fechou uma parceria com SENAI com o objetivo de preparar a mão de obra local para absolver as oportunidades que surgirão, e principalmente, angariar as melhores vagas e ótimos salários, explicou o prefeito.

As inscrições iniciam nesta segunda-feira, 25, na secretaria de assistencia social do município, e serão totalmente custeadas pela prefeitura.

Zé Pequeno destacou a instalação das empresas Brado Logística Porto Seco e BARTOFIL, que mudarão a visão do mercado e impulsionarão a economia.  "Estamos trazendo, em parceria com o SENAI, capacitação profissional para nossa população, preparando mão de obra qualificada para que os cargos nessas empresas sejam ocupados pelo povo davinopolitano", anunciou o prefeito.

Os cursos disponíveis serão: 

- Gestão Industrial
- Operador de Empilhadeira
- Mecânico de Manutenção
- Manobrador Ferroviário


Zé Pequeno alertou a população a se qualificar para ocupar os espaços. "Essa  é a oportunidade para se preparar e garantir seu espaço no mercado de trabalho que está crescendo em nossa cidade", concluiu.


Prefeito de João Lisboa passa por cirurgia de emergência. "Peço que continuem em oração por mim", pediu.

 


Um dos prefeitos mais populares da região tocantina, o prefeito Fábio Holanda, de joão Lisboa-MA, precisou passar por uma cirurgia de urgência na vesícula às vésperas do final de semana, contou após o processo operatório e ainda em faze pós operatória, em sua rede social. "
Amigos e amigas, precisei passar por uma cirurgia de urgência e, graças a Deus, ocorreu tudo bem. Já estou em recuperação, peço que continuem em oração por mim", disse..

Fábio deixou claro que os serviços do executivo municipal estão em plena continuidade, e que acompanha através da assessoria e secretários via telefone. 
"Em breve estarei de volta às atividades", finalizou.

Hospital Municipal de Imperatriz reinaugura a segunda enfermaria ortopédica reformada

 

Hospital Municipal de Imperatriz reinaugura a segunda enfermaria ortopédica reformada

 Mais de 1500 cirurgias ortopédicas já foram realizadas em 2025 (Foto: Assessoria)

Nesta quarta-feira (20), a Prefeitura de Imperatriz, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), entregou à população a segunda enfermaria ortopédica reformada no Hospital Municipal de Imperatriz (HMI). A nova ala conta com sete leitos totalmente reestruturados, equipados com novas camas, colchões e um sistema de ar comprimido com oxigênio, garantindo mais conforto na recuperação dos pacientes.

O HMI conta atualmente com cinco enfermarias exclusivas para ortopedia, somando 72 leitos destinados a esse tipo de atendimento. A primeira enfermaria reformada já está em funcionamento com seis leitos totalmente reestruturados e as obras da terceira enfermaria já foram iniciadas. Somente entre janeiro e agosto deste ano, o hospital realizou 1.548 cirurgias ortopédicas.

Para o Secretário Municipal de Saúde, Flamarion Amaral, a nova entrega representa um avanço importante na modernização da rede pública: “A reforma da 2ª enfermaria de ortopedia do Hospital Municipal de Imperatriz representa mais um passo na melhoria da nossa rede de saúde. Com um espaço mais moderno e estruturado, garantimos melhores condições de recuperação para os pacientes. O nosso compromisso é seguir avançando e oferecendo um atendimento cada vez mais digno à população”.

Além da reforma da enfermaria, a atual gestão já promoveu outras melhorias no hospital, como a aquisição de novos equipamentos para as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), a entrega de uma ambulância exclusiva para o HMI, além  de um novo aparelho de raio-x e zerar a fila de cirurgias ortopédicas.

O prefeito de Imperatriz, Rildo Amaral, destacou o esforço da gestão em transformar a saúde municipal. “Essa reforma é uma luta da nossa gestão para entregar uma saúde muito melhor, para que as pessoas sintam que o seu imposto e a nossa dedicação está sendo colocada em prática em obras na nossa cidade”.

Maranhão recebe reforço na saúde bucal com 39 novas Unidades Odontológicas Móveis


Entrega faz parte do Novo PAC Saúde e amplia o atendimento em áreas remotas e de difícil acesso. Investimento federal para o estado é de R$ 14,81 milhões

O Governo Federal oficializa nesta semana a entrega de 39 Unidades Odontológicas Móveis (UOMs) ao estado do Maranhão, resultado de um investimento de R$ 14,81 milhões. As unidades integram o Novo PAC Saúde e vão beneficiar municípios em áreas de difícil acesso, ampliando o atendimento odontológico para populações rurais, quilombolas, indígenas, assentadas e outras comunidades vulneráveis. Ao todo, na região Nordeste, são 207 unidades previstas, com investimento de R$ 78,65 milhões. Cada unidade tem o potencial de atender cerca de 3,5 mil pessoas.

Confira abaixo os municípios maranhenses contemplados:

Água Doce do Maranhão
Aldeias Altas
Alto Parnaíba
Amapá do Maranhão
Bacuri
Barreirinhas
Bela Vista do Maranhão
Bom Jardim
Bom Jesus das Selvas
Cachoeira Grande
Cândido Mendes
Cantanhede
Carolina
Chapadinha
Coelho Neto
Conceição do Lago-Açu
Grajaú
Igarapé do Meio
Itinga do Maranhão
Jatobá
Junco do Maranhão
Lago Verde
Lagoa Grande do Maranhão
Loreto
Mirador
Penalva
Pirapemas
Presidente Juscelino
Presidente Vargas
São Benedito do Rio Preto
São João Batista
São João do Carú
Satubinha
Senador Alexandre Costa
Tasso Fragoso
Timbiras
Tuntum
Turilândia
Vargem Grande

21 agosto 2025

Denúncia e pagamentos revelam suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura de Grajaú-MA


O deputado Estadual Ricardo Arruda utilizou a tribuna nesta quarta-feira (20), para denunciar um esquema que ocorre dentro da prefeitura da cidade de Grajaú-MA, e que segundo ele, envolve diretamente a gestão do prefeito Gilsom Bomfim e sua esposa -  primeira dama e que atua como secretária de educação, Ediane Bomfim.

Segundo documentos apresentados pelo parlamentar, e que o blog HA teve acesso com exclusividade, a Prefeitura contratou uma empresa sediada na cidade de Santa Helena (MA), por um pouco mais R$ 13 milhões para realizar a manutenção predial das escolas do município. No entanto, sem executar nenhum serviço, a prefeitura já teria pago  pouco mais de  mais de R$ 5,1 milhões.

A redação do blog apurou a denúncia, e certificou em imagens que até o momento, nenhuma unidade recebeu sequer uma reforma ou serviço de manutenção, que poderiam justificar o pagamento de valores bastante expressivos a uma empresa supostamente "de fachada". 

As suspeitas ficam ainda mais graves quando se observa o processo licitatório: todas as empresas concorrentes foram “inabilitadas”, sobrando apenas a Tesla Engenharia e Construções LTDA, que venceu sozinha, deixando fortes indícios de uma licitação direcionada.

O caso envolve recursos do Fundeb, dinheiro federal que deveriam garantir escolas dignas para crianças e jovens. Em vez disso, pode ter se tornado frutos de um esquema montado para desviar recursos federais da educação de Grajaú.

O deputado estadual Ricardo Arruda afirmou ainda em seu discurso que levará o caso à Polícia Federal e ao Gaeco, para que os responsáveis sejam investigados e punidos, concluiu. 


20 agosto 2025

Três envolvidos no assalto a carro forte em Carolina morrem em confronta com a Polícia

 A Polícia Civil do Maranhão agiu rápido e desarticulou parte da quadrilha que atacou um carro-forte na BR-010, perto de Carolina (MA), na semana passada. A operação, deflagrada nesta quarta (20), resultou em um intenso confronto. 🔫

Durante a troca de tiros, três suspeitos foram mortos. Um deles, segundo a polícia, era um foragido de alta periculosidade, considerado peça-chave em vários ataques a bancos e carros-fortes na região. Um quarto criminoso conseguiu fugir e está sendo caçado.

Com o bando, a polícia apreendeu um arsenal de guerra: armas, coletes, explosivos e, o mais importante, recuperou R$ 500 mil em dinheiro roubado! 

A operação mostra a força da polícia no combate ao crime organizado. As investigações continuam para prender o resto da quadrilha.

Regis joga bomba no colo de Ivoneide Barreto, e provas resultam em condenação da ex-prefeita de Itaguatins. Entenda.

 


O Tribunal de Contas da União (TCU) julgou irregulares as contas da ex-prefeita de Itaguatins, Maria Ivoneide Matos Barreto, e a condenou a ressarcir R$ 74.163,71 aos cofres do Tesouro Nacional, além do pagamento de multa de R$ 20 mil. A decisão, tomada pela 1ª Câmara do TCU em sessão no dia 12 de agosto de 2025, refere-se à inexecução de um contrato firmado para a implantação e modernização de uma quadra poliesportiva no município.

O convênio, celebrado em 2013 entre o município e o Ministério do Esporte, por meio da Caixa Econômica Federal, previa investimentos de R$ 250 mil, dos quais R$ 74 mil foram efetivamente liberados em parcelas entre 2016 e 2021. De acordo com o relatório do tribunal, o objeto não chegou a ser concluído, resultando na “ausência de funcionalidade da obra”, sem que a população tivesse acesso ao benefício previsto.

Responsabilidades distintas

O processo de Tomada de Contas Especial analisou a conduta de dois ex-gestores municipais: Francisco Regis Alves Melo (prefeito de 2013 a 2016), responsável por iniciar a execução da obra; e Maria Ivoneide Matos Barreto (prefeita de 2017 a 2020 e reeleita para o mandato iniciado em 2021).

Segundo o TCU, Francisco Regis conseguiu demonstrar que, em sua gestão, a obra foi licitada, iniciada e teve parte das fundações executadas, com prestação de contas aprovada pela Caixa. Ele apresentou defesa alegando que a continuidade do projeto caberia à sucessora, uma vez que os recursos principais foram liberados somente ao final de seu mandato. A corte acolheu os argumentos e julgou suas contas regulares com ressalva, concedendo-lhe quitação.

Já Maria Ivoneide, notificada durante o processo, não apresentou defesa

Contrato de namoro ganha destaque entre casais acima dos 50 e 60 anos

 


Instrumento jurídico evita que relação amorosa seja confundida com união estável e ajuda a proteger o patrimônio de ambas as partes

Com a proximidade do Dia dos Namorados, muitos casais aproveitam a data para celebrar o amor — inclusive os que estão na faixa dos 50 ou 60 anos, cada vez mais abertos a viver novas histórias afetivas. Mas, em meio às declarações românticas e aos planos de futuro, cresce também o interesse por uma medida preventiva: o contrato de namoro.

O documento, que ainda gera dúvidas também entre os mais jovens, tem sido amplamente adotado por casais maduros que desejam viver a relação sem configurar uma união estável e, assim, proteger o patrimônio construído ao longo da vida. Além disso, o instrumento jurídico já tem movimentado as estatísticas brasileiras. De acordo com dados do Colégio Notarial do Brasil – CNB, em 2023 houve um recorde no número de contratos de namoro no país: 126 registros – um aumento de 35% em relação a 2022. Até junho de 2024, mais 44 casais assinaram esse tipo de instrumento.

De acordo com a sócia do Silva Nunes Advogados e especialista em Direito de Família e Sucessões, Mérces da Silva Nunes, o contrato de namoro é especialmente útil para pessoas que já passaram por casamentos anteriores, têm filhos ou acumulam bens. “É muito comum que filhos de relacionamentos anteriores tenham receio de que o novo companheiro ou companheira herde parte do patrimônio do pai ou da mãe. O contrato de namoro ajuda a preservar esses vínculos familiares, ao demonstrar que não há intenção de comunhão de bens”, explica.

A advogada ressalta que, sem esse tipo de contrato, a convivência frequente e prolongada pode ser interpretada judicialmente como uma união estável — inclusive após o falecimento de uma das partes, gerando efeitos sucessórios inesperados. “Para casais acima dos 50 ou 60 anos, que geralmente já construíram um patrimônio ao longo da vida, o contrato de namoro é uma ferramenta essencial. Ele deixa claro que a relação é afetiva, mas sem intenção de constituir uma união estável, o que evita disputas judiciais e protege o patrimônio de ambos”, diz a especialista.

Fonte:

Mérces da Silva Nunes - sócia do escritório Silva Nunes Advogados, especialista em Direito de Família e Sucessões. Especialista em Estratégias Societárias e Sucessórias pela Fundação Getúlio Vargas – GVLaw. Formação executiva em Empresas Familiares também pela Fundação Getúlio Vargas – GVLaw. 

Informações à imprensa

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PL do Licenciamento abre caminho para grandes empreendimentos dentro de terras indígenas

 

O projeto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, que aguarda sanção ou veto da Presidência da República até esta sexta-feira (8), estabelece que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e órgãos licenciadores podem definir procedimentos específicos para licenciar empreendimentos dentro de terras indígenas, desde que solicitados por indígenas que queiram realizar explorações em suas próprias terras. O mesmo vale para territórios quilombolas.

 

A proposta consta no artigo 46 do PL, que diz que Ibama e Funai “poderão, mediante instrumentos de cooperação institucional, dispor sobre procedimentos específicos para licenciamentos cujos empreendedores sejam indígenas ou quilombolas”.

 

Em entrevista à InfoAmazonia, a diretora Lúcia Alberta Andrade, da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, explica que o artigo do projeto de lei (PL) traz ameaças para terras indígenas, inclusive em relação à atividade minerária.

 

“Existe uma pressão muito grande nos órgãos minerários para exploração dentro de terras indígenas. Então, o PL do Licenciamento Ambiental acaba, sim, trazendo ameaças para as terras indígenas. É um perigo, temos que ficar muito atentos, porque ele atropela as disposições que estão na Constituição Federal. Não abre precedentes, mas ameaça”, afirma.

 

Sob um governo que demonstra preocupação com os povos originários, são poucas as chances de a Funai e o Ibama criarem esses procedimentos citados no PL – no entanto, caso sancionado, o caminho estaria aberto em futuras administrações que não tenham essa preocupação.

 

Hoje, o Ibama segue uma instrução normativa que garante atividades ou pequenos empreendimentos desenvolvidos pelos povos indígenas em suas próprias terras. Nestes casos, devem ser práticas para subsistência, manutenção do modo de vida tradicional ou garantia da dignidade humana, e não é necessário obter licença ambiental.

 

Entre as atividades estão: produção de farinha de mandioca e derivados, beneficiamento e fabricação de produtos de arroz, fabricação de material cerâmico, inclusive de barro cozido e material refratário, construção de viveiro de mudas nativas, construção de moradias para usufruto dos indígenas, implantação de postos de vigilância e de apoio à caça, coleta ou extrativismo.

 

A ex-presidente do Ibama, Suely Araújo, foi quem normatizou essa medida. Ela conta, em entrevista à InfoAmazonia, que isso ocorreu para que os indígenas tivessem menos custos na hora de procurar o licenciamento ambiental. Agora, o artigo está vago, o que pode prejudicar seu entendimento – e abrir espaço para grandes empreendimentos dentro dos territórios.

 

“Esse texto não é bem-intencionado. Nós fizemos essa norma com boa intenção. Para não ser judicializada a exploração em terra indígena seria necessária uma lei no Congresso Nacional. Agora, coisas muito insignificantes, que não fazem sentido exigir licença ambiental, poderiam ser trabalhadas sem problemas”, afirma.

 

A diretora Alberta afirma que para legislar sobre exploração dentro de terras indígenas a Funai e os povos indígenas precisam ser consultados. Para garantir que a função de proteger os territórios continue, independente de uma troca de governo. “É bastante delicado esse artigo, eu acho que é isso que é importante ressaltar. Nós temos que ter uma norma do Estado brasileiro para proteção, tanto dos nossos biomas, quanto dos nossos povos. Eu posso responder pela Funai, temos que ter um outro arranjo institucional para resguardar ao máximo o direito desses povos”, diz.

 

Procurado, o Ibama disse que “por conta dessa proposta ainda não ser homologada”, “não poderá concluir os impactos ambientais de possíveis mudanças”.

 

Congresso Nacional pela exploração 

A Constituição Federal permite a exploração de recursos em terras indígenas, mas determina que, para isso, seja necessária uma “autorização” do Congresso Nacional e que os indígenas participem das decisões. Especialistas ouvidos pela InfoAmazonia afirmam que o PL não regulamenta a Constituição em casos de exploração dentro de terras indígenas, mas determina funções aos órgãos que não condizem com o texto constitucional.

 

“A questão é que ele está dando uma atribuição normativa para a própria autoridade licenciadora, o Ibama, e para a própria autoridade interveniente, a Funai. E elas deveriam seguir a legislação, não criar normas. É uma delegação legislativa excessiva para um órgão que deveria estar operacionalizando, e não normatizando. Esse artigo tem essa questão. Não é a partir dele que vão definir as atividades em terra indígena. Não deveria ser. Mas essa delegação é mal colocada no dispositivo. E, num governo de direita ou extrema direita, isso pode gerar problemas”, diz Suely Araújo.

 

Deputados e senadores, no entanto, estão focados em discutir a questão. Não é a primeira vez que o Congresso Nacional busca legislar sobre exploração dentro de terras indígenas. Na Lei do Marco Temporal, aprovada em dezembro de 2023, os deputados já incluíram o exercício de atividades econômicas em terras indígenas, desde que pela própria comunidade indígena, incluindo a contratação de não indígenas.

 

A lei é alvo de discussão no Supremo Tribunal Federal. O ministro Gilmar Mendes determinou uma Câmara de Conciliação para definir a constitucionalidade do texto. As discussões foram encerradas em junho deste ano, depois de um ano de reuniões. O parecer do ministro ainda não foi publicado.

 

Esse tipo de articulação institucional, para permitir o avanço de empreendimentos em territórios indígenas, já havia sido ensaiada sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). Em 2021, a Funai e o Ibama assinaram uma instrução normativa estabelecendo procedimentos em processos de licenciamento ambiental de empreendimentos no interior de Terras Indígenas, desde que feitos com organizações indígenas.

 

A norma foi usada para a criação do projeto Agro Xavante, dentro da iniciativa “Independência Indígena“, na Terra Indígena Sangradouro/Volta Grande, no Mato Grosso. Uma cooperativa agrícola para o monocultivo de arroz foi estabelecida dentro do território, com uma divisão de 80% da produção para fazendeiros não indígenas e 20% para os indígenas. O projeto causou conflito entre líderes indígenas do povo Xavante.
 

A diretora Lúcia Alberta, da Funai, relaciona esses contextos e avalia que a exploração dentro de territórios protegidos está sendo alvo de várias frentes diferentes. “A Lei do Marco Temporal já prevê alguns empreendimentos nos limites das terras indígenas, sem consulta aos povos e sem o devido licenciamento. Então, acho que é importante sempre deixar isso no radar. Não é uma nova lei diferente da Lei 14.701. Ela se soma, é um combo completo para destruir as terras indígenas”, disse.

 

Além da possibilidade de empreendimentos dentro de terras indígenas, a InfoAmazonia também revelou que o PL do Licenciamento exclui 121 terras indígenas da Amazônia Legal de zonas de proteção no entorno de grandes obras. Das 792 terras reconhecidas pela Funai no Brasil, 289 (36%) ainda não foram homologadas, sendo 121 delas na Amazônia Legal, o equivalente a 26% das TIs da região.

 

Crédito: Jullie Pereira

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