03 janeiro 2017

Equipe para análise das residências em Belágua será reforçada com novo efetivo da Defesa Civil



O primeiro levantamento sobre possíveis danos e riscos causados à cidade de Belágua por conta do tremor, ocorrido nesta terça-feira (3), foi realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA). O comandante-geral do CBMMA, coronel Célio Roberto, informou que foram constatados poucos danos, como rachaduras em casas, sem registro de desabamentos ou vítimas. Mesmo assim, nesta quarta-feira (4), chega à cidade uma equipe da Defesa Civil para reforçar as ações em andamento e realizar uma análise minuciosa.

“Percebemos in loco que as casas que apresentaram rachaduras são estruturas frágeis, sem amarração nenhuma, o que demonstra que não foi algo tão alarmante, mas claro que foi uma sensação ruim, efeito dessa onda sísmica. Daremos toda a assistência possível e apesar do tremor ser considerado abaixo de moderado, amanhã [quarta-feira] chega à cidade uma equipe da Defesa Civil que vai fazer uma vistoria minuciosa, inclusive com deslocamento para a área rural até os pontos e povoados mais distantes”, explicou o coronel Célio Roberto.

A mobilização do Corpo de Bombeiros e monitoramento da situação em Belágua, um dos locais apontados como epicentro do tremor, ocorreu imediatamente após o comunicado emitido à Coordenadoria Estadual de Proteção de Defesa Civil. O tremor ocorreu às 9h50 de terça-feira (3) e foi classificado como um abalo sísmico ligeiro, com magnitude de 4,0 a 4,9 na escala Richter. Com esta intensidade, são ocasionados tremores notórios de objetos no interior de habitações, ruídos de choque entre objetos, dentre outros pequenos movimentos vibratórios.

O abalo sísmico foi monitorado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), pelo Painel Global de Monitoramento e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Com base nas informações enviadas por estes órgãos, também houve comunicado para a acompanhamento da situação no município de Vargem Grande, outra cidade apontada como epicentro dos tremores. Mesmo sendo considerado com um abalo abaixo de moderado, os efeitos da onda sísmica foram sentidos em algumas localidades de cidades como São Luís, que também tiveram acompanhamento dos relatos apresentados pela população, especialmente nos bairros Jaracaty, São Francisco, Centro e Renascença.


O trabalho do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil Estadual foi desenvolvido em conjunto com as Superintendências Municipais de Proteção e Defesa Civil, como forma de otimizar o atendimento as ocorrências.

Especialistas explicam que tremor foi provocado por acomodação de placas

O professor de Geografia Física da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Luiz Jorge Dias, informou que a causa deste abalo foi uma acomodação de placas. “Isso acontece quando as rochas estão absolutamente saturadas por conta do peso do solo para baixo. Isso permite que a retirada de água e a injeção das rochas se acomodem do solo até alguns poucos quilômetros de profundidade. Isso é bastante comum em áreas sedimentares como é o caso da nossa região, que são rochas mais recentes, menos instáveis e estão sujeitas a isso”, comentou.

De acordo com o especialista, existem falhas geológicas na zona costeira maranhense induzida por gel magnetismo não sendo perceptível na superfície, mas fazendo com que haja propagação mais concentrada. “Em 1994 aconteceu um terremoto semelhante por conta de um tremor ocorrido no Chile”, declarou.

Para a Engenheira de Minas e professora de Geologia da UEMA, Karina Pinheiro, apesar do Brasil se localizar no centro da Placa Sul-Americana, distante da zona de instabilidade tectônica (encontro de placas), há de se considerar que o desgastes na placa, de aproximadamente 200 quilômetros de espessura, pode causar falhas geológicas, podendo provocar tremores com epicentros nos países da América Latina. “O que provavelmente pode ter ocorrido hoje que alcançou os Estados do Maranhão e Piauí, foi atividade tectônica resultante do deslocamento de falhas geológicas”, comentou. Ela lembrou que desta forma o Brasil não está completamente livre da ocorrência de tremores de terras, apesar destes não causarem grandes destruição em infraestruturas.

Fonte: Secap e Uema/ascom/gov-MA

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