90 dias não foram suficientes para restabelecer os supostos medicamentos queimados dentro do Socorrinho além da inflação nos números de pacientes transferidos, são parte das alegações da prefeitura
A prefeitura de Imperatriz representada pelos procuradores Juscelino Pereira e Rodrigo do Carmo, culpam o incêndio ocorrido no Hospital da Criança, conhecido por Socorrinho, ocorrido no inicio do mês de março/2019, pelo caos generalizado constatado em Inquérito Civil aberto pelo Ministério Publico do Maranhão.
Em audiência de mediação ocorrida na segunda-feira, dia 24, na Subseção Judiciária da Justiça Federal em Imperatriz, os procuradores alegaram que a suspensão das cirurgias eletivas teria ocorrido em decorrência do incêndio e que além os insumos e medicamentos do município também teria queimados e destruídos pelo fogo. Apesar das alegações por parte da prefeitura, as investigações do Ministério Publico comprovaram que a falta de insumos para cirurgias e medicamentos eram generalizadas e comprometem todo o sistema de saúde.
Os procuradores, representantes legais do município, tentaram, mais uma vez, enquadrar o Hospital Macroregional como parte da desorganização na saúde local, mas acabaram recebendo um relatório de demandas atendidas maior que o esperado e que descentraliza a responsabilidade do município mesmo sem o reconhecimento da prefeitura. O Macro Regional atende a 34 municípios integrantes da Unidade Regional de Saúde de Imperatriz, e realizou, nos meses de janeiro, fevereiro e Março deste ano, 982 cirurgias, sendo 911 eletivas, explicou o diretor da Unidade, Dr. Wesley. “Das 20 cirurgias realizadas diariamente cerca de 60% são de pacientes do Município de Imperatriz”, esclareceu.
Ao final da audiência conciliatória o município se comprometeu em apresentar em 5 dias todos os comprovantes de aquisição de medicamentos e insumos e obrigado a retomar todas as cirurgias eletivas num prazo de 180 dias contados à partir de 22/04.
Comento!
A alegação por parte da prefeitura se finda em argumentos rasos e/ou o atestado de incompetência, visto que o incêndio ocorrido no inicio do mês de março revela a morosidade ou desorganização no sistema de compras, ou falta de créditos para tal. Se a falta ocorre pelo incêndio, fica evidente que não existia outro local de armazenamento, portanto, a falta de recursos ou não existiam os medicamentos. Fica claro que 90 dias não foram suficientes para o reabastecimento, já que foram entregues somente medicamentos básicos.
Apesar de relatar números superiores aos informados no relatório do incêndio, que seriam "Cerca de 32 crianças internadas na ala infantil e 28 adultos internados na ala ortopédica e cardiovascular foram removidos do local" (fonte: G1 03/03/2019) a prefeitura inflou para 40 leitos adultos e 80 pediátricos.
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