01 março 2020

É #FAKE mensagem em vídeo que diz que álcool gel não funciona

G1
Professortuto de Química da Universidade de São Paulo, Fábio Rodrigues diz que o trecho em que o homem diz que o álcool em gel só mata fungos e não mata bactérias ou vírus não é verdadeiro. Segundo ele, o álcool consegue atacar diferentes micro-organismos.
Também é falsa, segundo ele, a parte em que o homem fala sobre gelatinantes. "De fato, gelatinantes podem ser usados em meio de cultura na placa de Petri, mas eles agem apenas para solidificar o meio. O que vai alimentar bactérias são os nutrientes adicionados no meio. Para vírus, isso não procede de forma nenhuma", diz o professor.
Rodrigues diz ainda que o álcool 70 INPM contém 70% da massa de álcool e o restante de água ou espessante. Portanto, não há apenas 10% de álcool, como prega o homem na mensagem falsa.
O professor afirma ainda desconhecer qualquer estudo que mostre que o vinagre tenha qualquer eficácia – ainda mais para que haja a recomendação de substituir o álcool por ele.

O presidente do Conselho Federal de Química, José Ribamar Oliveira Filho, afirma que o vídeo está repleto de informações incorretas e não deve ser levado a sério. O conselho, diz, deve tomar providências contra o protagonista do vídeo por exercício ilegal da profissão se for comprovada a irregularidade.
"Ele fala, por exemplo, que o gel tem 10% de álcool. Isso não é verdade. A Anvisa recomenda que o gel tenha 70% de álcool . Ou seja, uma concentração ou um grau alcoólico sete vezes maior. Ele diz também que essa substância, o gel, nessa concentração, não tem efeito nenhum antisséptico, o que também não é verdade. A nossa legislação preconiza 70% e é comprovado cientificamente que tem, sim, eficiência na assepsia das mãos."
Segundo ele, "o etanol age rapidamente sobre bactérias vegetativas (inclusive microbactérias), vírus e fungos, sendo a higienização equivalente e até superior à lavagem de mãos com sabão comum ou alguns tipos de antissépticos degermantes".
"Acerca do coronavírus (Covid-19), foi publicada no dia 27 de fevereiro, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma orientação provisória dizendo que a utilização de álcool gel é uma eficaz medida preventiva e mitigatória ao Covid-19, tanto nos setores da saúde quanto para a comunidade em geral."
O presidente do Conselho Federal de Química afirma que só pode ser "brincadeira" a recomendação de uso do vinagre. "Vinagre, além de ter cheiro, tem uma concentração que varia de 4% a 5% (de ácido acético). Para cada 100 ml de vinagre, eu só tenho 5 ml de ácido acético."
"Tão importante quanto proteger a população no que diz respeito ao contágio do novo vírus é evitar o alarmismo e a viralização de conteúdos sem a devida verificação."
Conselheiro do Conselho Federal de Farmácia e professor na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Gerson Pianetti explica que todo álcool 70% tem que ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para ter o registro, precisa seguir o formulário nacional da Farmacopéia Brasileira.
Pianetti diz que o poder antisséptico do álcool 70% já foi comprovado há mais de 200 anos.
A Anvisa reforça que "a lavagem de mãos com água e sabão e o álcool gel 70% é o procedimento padrão e mais recomendado na literatura médica para prevenção de infecção não somente pelo coronavírus, mas também por outros agentes patogênicos". "Este é o procedimento adotado em serviços de saúde e preconizados por toda a literatura sobre o tema."
O Ministério da Saúde também pede para que o vídeo não seja compartilhado. "Ele é falso."
"De acordo com evidências e estudos científicos atuais, o álcool em gel ou líquido é um dos métodos de prevenção contra o coronavírus (Covid-19), assim como a higienização das mãos com água e sabão. Um artigo publicado pelo Journal of Hospital Infection, da Healthcare Infection Society, comprova a eficácia do álcool em gel e líquido contra a exposição ao coronavírus, de maneira rápida", informa o ministério.
"Até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus (Covid-19)."

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