Operários que atuam na reconstrução da Ponte Juscelino Kubitschek, entre os estados do Maranhão e Tocantins, denunciaram nesta terça-feira (5) que estão sendo submetidos a condições degradantes de trabalho, em um cenário que remete a situação análoga à escravidão. A obra, orçada em R$ 171 milhões, foi contratada pelo Ministério dos Transportes e está sob responsabilidade do Consórcio Penedo-Neópolis, formado pelas empresas Construtora Gaspar S/A e Arteleste Construções Ltda.
A denúncia veio à tona com a deflagração de uma greve entre os trabalhadores, que cruzaram os braços em protesto contra salários abaixo do mínimo legal, jornadas exaustivas, ausência de pagamento de horas extras e insalubridade ignorada. Segundo relatos, muitos operários estão recebendo apenas R$ 1.090,63 — valor inferior ao salário mínimo vigente, de R$ 1.412.
“Estamos sendo tratados como escravos. Trabalhamos expostos ao risco, sob o sol quente, lidando com concreto, ferro e máquinas pesadas. E ainda recebemos menos que o salário mínimo”, relatou um dos trabalhadores à imprensa local.
A ponte anterior desabou em dezembro de 2024, resultando na morte de 14 pessoas e deixando três desaparecidas. Desde então, a reconstrução da estrutura tornou-se um compromisso emblemático do governo federal, com previsão de entrega até dezembro de 2025.
Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que está acompanhando a execução do contrato e afirmou que a contabilização de horas extras será analisada caso a caso. O órgão reforçou que continuará fiscalizando o contrato, “com atenção especial ao cronograma físico-financeiro e às obrigações trabalhistas do contratado”
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