O resultado decepcionante do PIB do terceiro
trimestre não deixa margem a dúvidas: o país está sendo conduzido para o abismo
pelo governo petista. Os investimentos estão emperrados e não se avista no
horizonte medidas que demonstrem capacidade de construir um futuro mais
venturoso. A herança bendita que durante uma década evitou que o Brasil
naufragasse sob o PT exauriu-se.
O IBGE divulgou na sexta-feira que o PIB cresceu apenas 0,6% na comparação com
o segundo trimestre. Neste ano de 2012, o crescimento não deve superar 1%,
transformando o que poucos meses atrás foi considerado "piada" pelo
ministro Guido Mantega em sonho irrealizável. Será o pior resultado desde 2009,
quando houve recessão no país.
No biênio 2011-2012, a média de crescimento não
deve superar 1,8%. Há muito tempo não se via nada tão ruim - desde Fernando
Collor, para ser mais exato. Antes era só a indústria que estava em crise, mas
agora também os serviços, que representam 65% do PIB, deixaram de crescer. Para
o ano que vem, as apostas despencaram depois da divulgação dos dados do IBGE e
as previsões oscilam agora em torno de 3%.
O pior é o que acontece com os investimentos. Mesmo
com uma carga cavalar de incentivos, eles não ressuscitam e representam hoje
apenas 18,7% do PIB, quando o necessário seria no mínimo 25%. Estão em queda há
cinco trimestres consecutivos: desta vez, caíram 2% na comparação com o segundo
trimestre - mais uma queda e o país experimentará a pior sequência desde 1999.
O termômetro dos investimentos está congelando.
Outros indicadores mostram que a venda de máquinas e equipamentos no país está
hoje no mesmo nível de cinco anos atrás, como informou O Estado de S.Paulo ontem. Além disso, a capacidade instalada do setor caiu ao pior patamar
em 40 anos e 9 mil trabalhadores da indústria de bens de capital foram
demitidos no período de um ano.
Antes, o governo petista tratava o país como ilha
de prosperidade; depois, passou a dizer que a economia vai mal em todo o mundo.
A verdade é que quem vai especialmente mal agora é o Brasil. Numa amostra de 39
economias que já divulgaram seus resultados no terceiro trimestre, ficamos em
20° lugar, segundo levantamento divulgado por O Globo.
Perdemos agora para todos os países emergentes, e
na América Latina só não estamos piores que o desgovernado Paraguai. Enquanto
nosso crescimento foi de 0,6% no terceiro trimestre, a Indonésia cresceu 3,2%, a
China, 2,2% e o Chile, 1,4% na comparação com o trimestre anterior. Até pouco
tempo atrás, éramos o queridinho dos investidores; agora estamos mais para
patinho feio.
A questão é que a confiança dos investidores e dos
empresários na condução da economia brasileira pela gestão petista está em
processo de ruína. Quem trabalha e produz está dando sinais de que se cansou do
modo PT de tentar governar na base do improviso e do "método" de
tentativa-e-erro.
Empresário quer horizonte previsível para investir,
gerar emprego e renda. É tudo o que o governo petista não consegue entregar.
Pior ainda, reiteradamente a gestão do PT faz justamente o contrário: intervém
na economia e dissemina a incerteza. Com Dilma, ficou ainda mais difícil saber
qual será a surpresa desagradável do dia.
Tem areia demais nas engrenagens. O governo optou
por uma política discricionária, que elege os setores a serem beneficiados, mas
não melhora o ambiente geral da produção. Baixa impostos a granel, mas não é
capaz de reduzir a carga tributária global, atualmente no maior nível da
história - em retribuição, o contribuinte brasileiro tem um dos piores retornos
em termos de serviços públicos e bem-estar, como mostrou O Globo recentemente.
O governo reduziu os juros, abriu as torneiras do
crédito, jogou gasolina no consumo e agora vê espalhar-se a inadimplência, que
golpeou o segmento de intermediação financeira - que responde por 7,5% do PIB e
ajudou a jogar o resto da economia para baixo. Insiste, portanto, numa fórmula
que não está dando certo: o modelo de expansão baseado apenas no fomento ao
consumo esgotou-se.
Se perguntado, qualquer brasileiro dirá que o
governo precisa melhor as condições para que o investimento deslanche. Se a
máquina pública é incapaz de executá-lo, pelo menos não deveria atrapalhar o
empreendedor privado. Mas este é um governo que não faz e não deixa quem quer
produzir fazer.
As gestões petistas já demonstraram sua
incapacidade de semear melhores condições para o futuro do país. Nelas, como
Brasília mesmo já admitiu, "o atraso é a regra do jogo". Gastou-se
tempo demais sem que fosse feito o óbvio: uma nova rodada de reformas que
recuperassem a competitividade do empreendedor brasileiro. Na base do improviso,
patinamos, e não saímos do lugar. Basta. O país não tem mais tempo a perder com
o PT.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
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