17 dezembro 2015

Aliada de Dino, oposição a Dilma mergulha em silêncio e faz de conta que nada tem a ver com o impeachment

Por Ribamar Correia/SL 

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Dino quer quatro anos para Dilma; João Castelo, José Reinaldo e Sebastião Madeira querem impeachment
O Maranhão é um dos estados onde a oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) tem posição muito complicada, o que a tem levado a fazer de conta que nada está acontecendo no país. E o principal fator que a leva a esta situação inusitada e incômoda é exatamente o governador Flávio Dino (PCdoB), que assumiu uma das posições mais aguerridas contra o impeachment entre todos os governadores, deixando seus aliados domésticos sem margem de movimentação e visivelmente constrangidos. Nessa corda-bamba estão os líderes do PSDB, PSB, PPS, DEM, que diante dos movimentos do chefe do Governo, se mantêm em silêncio, como se seus partidos não estivessem agindo freneticamente para que o processo de impeachment tenha como desfecho o afastamento da presidente da República, sob a acusação de haver cometido crime de responsabilidade, principalmente no uso das chamadas pedaladas ficais.  Não se sabe como ficará o cenário político maranhense se a presidente Dilma foi derrubada ou se, sendo ela confirmada no cargo, esses grupos tiverem que continuar dando apoio ao governo do PT.
A situação mais delicada é, de longe, a do PSDB. O partido é representado no Governo Flávio Dino por ninguém menos que o vice-governador Carlos Brandão e pelo deputado estadual licenciado Neto Evangelista, que ocupa o cargo de secretário de Desenvolvimento Social, tendo figuras mais proeminentes o ex-governador e ex-prefeito de São Luís, deputado federal João Castelo, e o mais tucano de todas essas lideranças, o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, um dos fundadores do ninho dos tucanos.  O vice-governador Carlos Brandão tem feito de tudo para não ser indagado sobre se é a favor ou contra o impeachment, recorrendo à estratégia de se manter discreto e distante da polêmica. O secretário Neto Evangelista vive o mesmo drama, sendo pressionado pela direção nacional a se posicionar pelo impeachment, mas fazendo malabarismo para manter-se distante desse embate.
Tucano de primeira linha por causa do mandato, o deputado federal João Castelo tem se mantido em cima do muro e não assume uma posição clara contra ou a favor da presidente. Sabe, porém, que, se o pedido for admitido pela Comissão Especial, ele terá de se posicionar no plenário, para ser a favor ou contra, em votação aberta na Câmara Federal. Castelo já deixou claro que não gosta da ideia do impeachment, mas sabe que não pode permanecer alheio a uma guerra política na qual seu partido é linha de frente no apoio ao pedido. Tanto quanto o deputado João Castelo, o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, vive o drama de ter de se posicionar contra ou a favor do processo de impedimento da presidente. Mesmo fundador do PSDB, Madeira não quer bater de frente com o governador Flávio Dino, criando e liderando movimento pela queda da presidente, ainda que esse movimento seja praticamente uma invenção do PSDB. Madeira é pré-candidato assumido ao Senado em 2018 e não quer agora entrar em rota de confronto com o governador Flávio Dino.
A situação do PSB é também muito delicada. O senador Roberto Rocha, por exemplo, parece decidido a nadar contra a maré partidária estando inclinado a votar contra o impeachment, caso o processo chegue ao Senado. Ao contrário dele, o deputado federal José Reinaldo vem dando seguidas demonstrações de que nesse caso está em rota de colisão com o governador Flávio Dino ao defender a destituição da presidente da República. Já o deputado estadual licenciado e secretário de Inovação Tecnológica, Bira do Pindaré, segue a linha do chefe maior do Governo alinhando-se ao governador Flávio Dino.
Nesse contexto, o braço do PPS no Maranhão está pisando em ovos. No Congresso Nacional, o partido forma, junto com PSDB e DEM, a trinca mais agressiva contra a presidente Dilma. Só que no Maranhão, depois da saída da deputada federal Eliziane Gama, o PPS bateu às portas do Palácio dos Leões para jurar lealdade política ao governador Flávio Dino, obrigando-se, por via de consequência, a se posicionar contra o impeachment ou mergulhando numa posição de silêncio absoluto em relação ao tema. Na mesma linha encontra-se o DEM, que no plano nacional é radicalmente contra a presidente, mas no Maranhão tem posição no mínimo ambígua, já que não integra o grupo que orbita em torno do governador. Sem representante maranhense na Câmara federal, o DEM só é representado na Assembleia Legislativa, por dois deputados, Antonio Pereira e César Pires, que até agora não manifestaram claramente posição contra ou a favor do impeachment.
É esse o cenário, e não há sinal de que ele seja mudado, pelo menos por enquanto.

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