04 agosto 2025

Nelma Sarney chefiava Ocrim dentro da corte maranhense, diz PGR


 A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa a desembargadora Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), de chefiar uma organização criminosa que teria atuado na Corte estadual por ao menos dez anos. Cunhada do ex-presidente José Sarney, Nelma é apontada como figura central de um esquema que envolveria venda de decisões judiciais, lavagem de dinheiro e corrupção.

Segundo a denúncia da PGR, a desembargadora combinava despachos e sentenças com o próprio genro, o advogado e ex-deputado federal Edilázio Gomes da Silva Júnior, que teria redigido trechos inteiros de decisões em benefício de clientes ligados ao grupo.

A investigação faz parte da Operação 18 Minutos, nome que faz alusão ao tempo entre a emissão de alvarás judiciais e saques milionários. Em agosto de 2024, a Polícia Federal apreendeu quase R$ 1 milhão em espécie com Edilázio, que não conseguiu comprovar a origem dos valores. Ele nega as acusações e afirma que se trata de “ilações”.

A denúncia, com 313 páginas, é assinada pela subprocuradora Luiza Cristina Frischeisen e detalha a atuação de outros três desembargadores – um deles aposentado –, dois juízes de primeira instância e 23 investigados. A Procuradoria pede ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a perda dos cargos dos magistrados e a devolução de R$ 54,3 milhões, valor que teria sido recebido como propina pelo grupo.

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