27 outubro 2025

Nas mãos de Aluízio, Beijamim deve ter o mesmo destino de Juscelino.



A força política de Aluízio, que atravessa mais de quatro décadas em Açailândia, faz dele o verdadeiro comandante do governo Beijamim — e o desfecho pode repetir a história de Juscelino Oliveira.

Por Holden Arruda

A morte política do ex-prefeito Juscelino Oliveira (ocorrida em 2019 após renuncia) ainda é lembrada como uma das mais astutas e maquiavélicas jogadas da história recente de Açailândia. Sua ascensão meteórica e queda abrupta revelaram os bastidores de uma política movida por alianças instáveis, acordos de ocasião e disputas de poder que sempre definiram o destino da cidade.

A eleição do atual prefeito, Dr. Beijamim, também nasceu dessa mesma lógica. Foi o resultado de acordos e alianças entre o novo e o velho, uma união que garantiu a vitória em uma cidade onde o malabarismo político e as parcerias com o grupo de Ildemar sempre foram determinantes. Mas, desta vez, o jogo parece ter outro protagonista.

Entre a ascensão de Juscelino Oliveira e o governo de Beijamim, um nome permanece como ponto de equilíbrio e poder: Aluízio Sousa. Com quase 50 anos vida pública, ele atravessou governos, alianças e rupturas sem jamais deixar o poder.  Foram cinco mandatos como vereador e duas passagens como secretário municipal, até chegar a maior jogada de suas carreira, quando passou "a lábia" em Juscelino que optou a renúncia deixando a prefeitura em suas mãos, consagrando por definitivo — um histórico que faz de Aluízio uma figura indispensável na engrenagem política açailândense

No atual governo, sua influência ultrapassa os limites da lógica. Aluízio Sousa comanda as principais secretarias, controla 13 pastas diretamente indicadas por ele, enquanto o prefeito eleito tem autonomia sobre apenas nove. Na prática, Açailândia vive uma dualidade inédita: um prefeito de direito (Beijamim) e um prefeito de fato (Aluízio).  A pasta de educação, por exemplo, mesmo com processos judiciais movidos pelo MPMA desde a gestão Aluizio - a pasta permanece intocável, deixando obvio quem a assumiu responsabilidade dos 'mal feitos' do passado. 

Portanto, essa configuração reforça o papel de Aluízio como o estrategista mais longevo e influente da cidade do ferro, superando, em certos aspectos, até mesmo o poder histórico de Ildemar. Ele governa sem assinar, mas decide o rumo político e administrativo da cidade.

A pergunta que resta é inevitável: se o passado serve de lição, estaria Beijamim caminhando para o mesmo destino de Juscelino? 

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