08 abril 2015

DEM aprova fusão com PTB

(Valor) 

A Comissão Executiva Nacional do DEM decidiu ontem, por 21 votos a 4, dar prosseguimento às negociações para a fusão com o PTB. O novo partido ficaria com o nome do PTB, considerado tradicional, e levaria à urna o número do DEM, 25. As negociações para uma fusão com o PTB abriram uma cisão no Democratas, uma das principais siglas de oposição ao governo federal. De um lado, estão o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), e o prefeito de Salvador (BA), Antonio Carlos Magalhães Neto, que trabalham pela junção das duas legendas. De outro, o líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO), francamente contrário.

Dizendo-se voto vencido e prometendo lutar até o último momento contra a junção dos partidos, Caiado disse não querer sair da sigla, mas sublinhou que a nova legenda será uma bagunça ideológica. "O DEM sobreviveu a duras penas contra ações do governo para nos desgastar, mas é hoje uma referência da oposição. Todo eleitor vai se perguntar qual o sentido disso, porque os deputados do PTB continuarão votando com o governo e nós, com a oposição. Fui surpreendido com o placar da votação no DEM, mas vou lutar contra até o fim", disse, antes de atacar: "A única coisa que essa fusão vai fazer é realizar a profecia do Lula, de que o DEM deveria ser exterminado".

Segundo Agripino, o acordo com o PTB prevê que os atuais líderes do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE) e no Senado, Caiado, permanecerão nestes postos no novo partido, o que lhe garantirá, acredita, coerência ideológica. "Quem vocaliza a posição dos partidos são seus líderes. E está pactuado que os líderes do novo partido serão os do DEM", contou. Do lado do PTB, estão à frente da negociação a presidente da sigla, Cristiane Brasil - filha do antigo mandatário, Roberto Jefferson - e seu antecessor, deputado Benito Gama (BA). O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro (PE), está fora das negociações e não tem definido seu futuro político, segundo interlocutores.

A fusão asseguraria a permanência de ACM Neto, bem avaliado na capital baiana e que teria iniciado um movimento para deixar o DEM em busca de melhores condições para disputar a reeleição.  A vingarem as tratativas, o "novo PTB" contaria com 47 deputados e seria a quarta maior bancada da Câmara. No Senado, somaria oito cadeiras.

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