03 agosto 2011

Deputado diz que " o grande problema do Maranhão" foram os índios, os negros e os retirantes da seca



É preciso ter muito cuidado com o que se fala. Os antigos dizem que "quem fala demais dá bom dia a cavalo" ou "quem fala demais ouve o que não deve" e pode acabar se complicando.

Em entrevista ao jornal O Correio Popular - de Imperatriz - o deputado Francisco Luis Escórcio Lima (PMDB-MA), o polêmico "Chiquinho", que de uns dias pra cá tem feito um esforço danado para se dar bem eleitoralmente em Imperatriz, falou duas coisas que não ficaram bem pra ele.

A primeira que "se fosse governador do Maranhão "procuraria diminuir as desigualdades e proporcionar momentos para que o Maranhão passasse a tremular na Bandeira do país como um grande e promissor estado".
A princípio parece uma resposta normal, mas na verdade é o reconhecimento de que o Maranhão não é o mar de rosas que seu grupo político prega, mas sim a "terra arrasada" do discurso da oposição. Ruim Chiquinho, será que "papai Sarney" não vai lhe dar um puxão de orelha?

Agora o mais grave - e que nenhum grupo ou movimento Negro ou indígena queira alegar discriminação - foi a afirmação de que o o grande problema do Maranhão foram os índios os negros e os retirantes da seca que aqui chegaram. Pasmem! Foi isso mesmo que ele disse ao ser perguntado "qual o grande problema do Maranhão".

"No inicio, nós tivemos um Maranhão composto de índios e de negros. Pouca quantidade de brancos. Isso nos levou a uma situação que só o tempo se encarregou de fazer essa miscigenação. Depois nós tivemos um período em que fizemos uma sociedade de muitos brasileiros que vieram pra cá, principalmente os retirantes da seca. Os retirantes da seca não traziam nada, a não ser a esperança de viver no nosso estado. E o próprio tempo se encarregou de fazer com que eles se misturassem à nossa população. Agora estamos vendo um Maranhão diferente, cheio de oportunidade onde estão desembarcando pessoas com tecnologia, investimentos e isso é muito bom para o Maranhão", disse Chiquinho ao misturar desiguldade, riqueza e pobreza.

Pior, Chiquinho além de discriminar negros, índios e retirantes, por tabela discrimina quem é pobre, pois dá a entender que quem é rico veio pra cá e ajudou no desenvolvimento, mas quem é pobre só atrapalhou.

Antes, ao ser perguntado sobre o que achava sobre o ex-governador (falecido) Jackson Lago, fez diferente do que faz nas rodas de conversa quando acha gente disposta a lhe ouvir, quando sempre conta sua proeza, de como giu nos bastidores como um "araponga" para ajudar a montar o processo que derrubou Jackson do governo do Maranhão. Desta vez Chiquinho disse que Jackson Lago foi "um homem que fez seu papel como político, uma pessoa que mexeu com os corações e desempenhou um bom papel na política do Maranhão". Menos mal, menos mal, Chiquinho!

Mas a culpa de tudo isso não é só do Chiquinho, que como a maioria dos políticos adora um holofote, é de parte da nossa imprensa que na falta de assunto fica puxando conversa e dando asas para aventureiros.

Por Josué Moura

Um comentário:

Caugusto disse...

Esse é o tal do "Fuçador", né. Esse apelido é uma ofensa aos porcos!

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