07 setembro 2021

Facimp acumula danos a alunos e MP entra com ação contra a faculdade


O Ministério Público do Maranhão propôs Ação Civil Pública contra a Faculdade de Imperatriz (Facimp), nesta terça, 31 de agosto, pedindo, como medida liminar, para que a instituição de ensino garanta a conclusão do Curso de Terapia Ocupacional, para alunos já matriculados. A medida tem o objetivo de garantir que os estudantes concluam o curso para ingresso no mercado de trabalho. A mantenedora da Facimp é a sociedade A. Região Tocantina de Educação e Cultura LTDA.

A ACP foi assinada pelo promotor de justiça Newton Bello Neto, atualmente respondendo pela 9ª Promotoria de Justiça Especializada em Educação de Imperatriz. A ação foi motivada por conta de irregularidades denunciadas pelo Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 16ª Região (Crefito-16), de que a faculdade estaria encerrando o curso por conta da baixa procura e por questões financeiras, mesmo tendo alunos matriculados e em meio ao curso, com algumas formaturas já programadas para 2022.

De acordo com o Crefito, a Facimp é a única instituição de ensino superior a ofertar o curso em Imperatriz. A instituição alega que não há procura por novas matrículas na graduação de Terapia Ocupacional e, por isso, resolveu cancelar o curso e tentar convencer os 18 alunos já matriculados a migrarem para o de Fisioterapia, no qual aproveitariam 14 das 18 disciplinas já cursadas.

Segundo o promotor de justiça, a conduta da mantenedora da referida faculdade causará lesões a direitos coletivos relativos à educação e a direitos difusos relativos à saúde de toda a população da região de Imperatriz, composta por dezenas de municípios.

“A instituição de ensino superior privado recebeu autorização do Poder Público para a oferta do curso de Terapia Ocupacional, se comprometendo a prestar esse serviço, sendo seu dever proporcionar a conclusão do curso para os alunos já matriculados, evitando o aumento do déficit desses profissionais em exercício na região, o que traria grande prejuízo às pessoas mais vulneráveis, em especial às pessoas com deficiência e às pessoas usuárias da Rede de Saúde Mental”, afirmou o promotor de justiça, autor da ação.

RECOMENDAÇÃO

Em julho, a Promotoria da Infância e Educação expediu uma Recomendação à faculdade, em que o representante ministerial ressalta que a oferta do curso de Terapia Ocupacional, autorizada pelo Poder Público, a coloca no lugar da administração pública na oferta de tal serviço. Desta forma, recomendou que a unidade de ensino garantisse a conclusão do curso aos alunos já matriculados, em obediência aos deveres de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, previstos na Constituição Federal.

PEDIDOS



O Ministério Público do Maranhão requereu que a Justiça determine, como medida liminar, a manutenção do curso de Terapia Ocupacional da Facimp para todos os alunos que estejam matriculados e cursando os períodos e respectivas disciplinas, garantindo a todos a oportunidade de colação de grau e de recebimento de diploma, conforme prevê a Constituição Federal. Em caso de descumprimento, foi sugerido o pagamento de multa diária no valor de R$ 5 mil.

“Os interesses financeiros da sociedade empresarial mantenedora da Facimp não podem jamais se sobrepor ao direito fundamental à educação do grupo de alunos que já se encontram em meio ao curso dos períodos. Tal conduta é inadmissível, haja vista que a instituição de ensino superior assumiu perante o Poder Público o dever de ofertar o curso de Terapia Ocupacional na região, ao receber a autorização do MEC para a oferta deste serviço”, ressaltou o promotor Newton Bello Neto.

Redação: Iane Carolina (CCOM MPMA)

Nenhum comentário:

Postagem em destaque

Brandão destaca papel histórico de Madeira na Regularização Fundiária do Maranhão

Precursor do projeto no Estado, Dr. Daniel Sousa atual no TJ na pasta de Regularização Fundiária. Em recente evento promovido pela Agência E...