A mais recente avaliação de fluência e construção dos perfis de leitores de 2025 revelou um cenário preocupante para a educação pública de Açailândia. Os dados mostram que, na avaliação de entrada, pouco mais de 30% dos alunos atingiram o nível leitor, índice significativamente inferior ao observado na primeira avaliação de 2024. Ainda mais grave: mais de 60% dos estudantes permanecem abaixo do nível esperado, evidenciando uma queda no desempenho geral da rede.
A situação escancara a falta de intervenções pedagógicas eficazes e, principalmente, a ausência de uma gestão ativa no cotidiano escolar. Segundo relatos, menos da metade das escolas do município receberam visitas da Secretaria Municipal de Educação (SME) ao longo do ano letivo, o que compromete o acompanhamento, a assistência técnica e o monitoramento necessários para a melhoria dos resultados.
A construção de prédios e obras é necessária, mas não substitui o que é essencial: a construção do saber, a formação humana e o compromisso com o presente e o futuro da educação. E isso só se faz com presença, responsabilidade e prioridade no que realmente importa: o aluno.
Enquanto os indicadores locais despencam, a SME parece mais preocupada em cumprir agendas externas, participando de eventos em outros estados e apoiando municípios vizinhos, do que em enfrentar os desafios concretos da rede municipal. Com isso, a educação básica de Açailândia sofre com o abandono institucional.
A avaliação de fluência em larga escala analisa a capacidade dos alunos em ler palavras, pseudopalavras e textos com precisão, velocidade e ritmo adequado à sua etapa escolar. A partir desse desempenho, são construídos perfis de leitores, que deveriam orientar ações pedagógicas específicas para cada grupo. No entanto, sem presença efetiva nas escolas e sem acompanhamento próximo, os dados tornam-se estatísticas sem retorno pedagógico.
Após seis anos de gestão, a Secretaria ainda não conseguiu visitar todas as escolas municipais ao menos uma vez por ano. A ausência do “gestor maior” no ambiente escolar tem consequências visíveis: desmotivação de equipes, falta de suporte, e desempenho cada vez mais preocupante dos alunos.
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