03 janeiro 2013

Genoíno recebeu R$ 2,2 milhões em doações para campanha de 2010

Dyelle Menezes
Do Contas Abertas
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), José Genoíno assumirá hoje o cargo de deputado federal em razão das eleições de 2010. A campanha eleitoral do petista ao cargo de deputado federal recebeu doações de R$ 2,2 milhões. Do total, 54,5% foram doados de maneira “oculta”, em transferências realizadas para diretórios nacionais e estaduais do Partido dos Trabalhadores (PT).

A triangulação tem sido muito utilizada nas doações para campanhas eleitorais. O formato se tornou o preferido pelas empresas para evitar sua associação com os candidatos. O temor é que, se eventuais casos de corrupção surgirem no governo do candidato, o nome da empresa acabe sendo associado ao crime.
Dos recursos que são possíveis identificar o doador direto, R$ 500 mil foram provenientes das construtoras. A carioca Carvalho Hoskem S/A doou R$ 100 mil. Já a empreiteira Construções e Comércio Camargo Correa S.A. desembolsou R$ 200 mil para a campanha de Genoíno. Os outros R$ 200 mil foram recebidos da Construtora OAS Ltda.

Outras empresas também incorporaram a lista de doações. A Companhia Metalúrgica Prada transferiu R$ 100 mil para que o petista fosse eleito. O mesmo valor foi repassado pela Cosan S/A Indústria e Comércio. A Lumina Resíduos Industriais S/A desembolsou R$ 35 mil para a campanha de 2010.
As doações dos atuais ministros da Cultura e da Educação, Marta Suplicy e Aloizio Mercadante, também chamam a atenção. No nome deles constam R$ 50 mil e R$ 9,7 mil, respectivamente, doados para Genoíno.

Os petistas Isac Franco Reis, vereador em São Paulo, e Danilo de Camargo, advogado do partido, também aparecem com doações de R$ 36,6 mil ao todo. O próprio José Genoíno aplicou R$ 29,5 mil na campanha de 2010. Curiosamente, o presidente do PT, Rui Falcão, que defendeu veementemente José Genoíno durante o processo do mensalão, doou R$ 43,00 para a campanha.
José Genoíno foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão pelo envolvimento no caso do mensalão, julgado em 2012. Junto com o petista, que está há dois anos sem mandato, a previsão é de que outros 10 suplentes assumam como titulares e outros três como suplentes.

Durante o julgamento do mensalão, o Supremo decidiu que os deputados condenados perderão o mandato após o trânsito em julgado do processo (quando não houver mais recursos), o que deve afetar Genoino e mais três deputados: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
O STF decidiu que notificará a Câmara para que ela declare os cargos vagos, mas o atual presidente da Câmara, Marco Maia, disse que a decisão pode não ser cumprida. Outro petista histórico voltará hoje para a Câmara. É o ex-ministro Nilmário Miranda (PT-MG), que assumirá a vaga do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), eleito prefeito de Uberaba.

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